Roberto Gurgel é procurador-geral da República. E daí?
Qual é o problema do titular da Procuradoria Geral da República, o senhor procurador Roberto Gurgel? Teve
o seu nome como o mais votado na lista tríplice elaborada pela
Associação Nacional dos Procuradores da República (ANPR), razão pela
qual o presidente Luiz Inácio Lula da Silva o indicou. Lula,
que é republicano de verdade como demonstrou, indubitavelmente, durante
seus oito anos de governo realmente democrático, atendeu a escolha da
ANPR, e, tal qual como aconteceu com o nome do jurista Antonio Cezar
Peluso eleito para assumir a Presidência do STF no biênio 2010/2011,
teve de conviver com dois verdadeiros inimigos.
Considerados
adversários pela esquerda partidária e por setores progressistas da
sociedade — não por eles não atender os interesses do governo. Isto
está fora de cogitação —, os dois se mostraram, no decorrer de seus
mandatos, que eram homens politicamente e ideologicamente conservadores e por isso
passaram a travar, e muito, a desenvoltura do Governo no que tange às
votações de matérias no plenário do STF, bem como se imiscuiram em
questões políticas e administrativas que não eram da alçada da
Procuradoria e nem do Supremo. Os dois, inadvertidamente, começaram a
fazer política, e de oposição.
Juntamente
com a imprensa comercial e privada (privada nos dois sentidos, tá?), a
PGR do procurador Roberto Gurgel, e o STF do ministro Antonio Cezar
Peluso, tornaram-se, a meu ver, os bastiões da direita brasileira que
faz oposição ao Governo no Congresso. Pior que o Peluzo, somente o
ex-presidente do STF, Gilmar Mendes. Pior que o Gurgel, apenas o
ex-procurador do ex-presidente neoliberal que vendeu o Brasil, Fernando
Henrique Cardoso. Para se ter uma ideia, Brindeiro tinha o apelido de engavetador-geral
da República. Não precisa explicar nada, não é? Afinal ele foi
procurador-geral em tempo de privatizações, ou melhor, de privataria.
Agora,
de forma estupefata e indignada, os brasileiros ficam a saber por
intermédio de denúncias disseminadas também pela imprensa privada e
corporativa que o procurador-geral Roberto Gurgel não tomou qualquer
providência para esclarecer a ligação entre o senador goiano e líder do
DEMo no Senado, Demóstenes Torres, e o poderoso bicheiro acusado de ser
chefe de quadrilha, conforme provam as gravações que tem áudio realizadas pela Polícia Federal, o que não ocorreu com as “gravações” cujos áudios nunca apareceram
e que derrubaram o chefe da Abin, delegado Paulo Lacerda, com a
inegável interferência do ministro Gilmar Mendes e do senador Demótenes
Torres. Gravação sem áudio é a mesma coisa que música sem som.
Roberto
Gurgel, o procurador-mor, recebeu as gravações sobre as relações entre
Demóstenes e Cachoeira em 2009 e não apurou e não denunciou e com essa
atitude deve ter deixado o Brindeiro do neoliberal FHC com inveja. As
gravações denotam que a relação entre o senador e o bicheiro eram
íntimas, ao ponto de Demóstenes pedir para Cachoeira “pagar uma despesa dele com táxi-aéreo no valor de R$ 3 mil”, além de o senador fazer “confidências” a Cachoeira sobre reuniões reservadas que teve no Executivo, no Legislativo e no Judiciário.
Toda
a comunicação entre ambos estão gravadas. É real. E Gurgel, o atual
engavetador da República, não denunciou e escondeu, ou seja, não deu
publicidade desses “supostos” crimes à sociedade brasileira. O senador
que passou nove anos a atacar os governos trabalhistas de Lula e Dilma;
o senador que gostava de se mostrar como o “paladino” da justiça, da
ética e da moral mostra agora toda a sua face: a face do DEM, o pior
partido do mundo e herdeiro da UDN, da Arena, do PDS e do PFL. A
direita golpista, egoísta e de índole escravocrata.
O
senhor procurador-geral Roberto Gurgel tem de dar satisfações ao povo
brasileiro. Do contrário, ele poderá ser considerado cúmplice de um
homem acusado de tantos crimes como o bicheiro Carlinhos Cachoeira, que
no passado se envolveu em casos de corrupção, financiamento de
campanhas eleitorais e outras modalidades de crimes. Gurgel quando se
olha no espelho deve enxergar o Brindeiro ou o Gilmar Mendes ou o
Demóstenes ou os bichinhos do Cachoeira. Quem vai denunciar e
investigar o procurador, que é o promotor do Estado? É isso aí.
Atribuições do procurador-geral da República
O
procurador-geral da República exerce a chefia do Ministério Público da
União e do Ministério Público Federal, além de atuar como
procurador-geral Eleitoral. É escolhido e nomeado pelo presidente da
República, e seu nome deve ser aprovado pela maioria absoluta do
Senado Federal.
Segundo
prevê a Constituição Federal, o procurador-geral da República deve
sempre ser ouvido nas ações de inconstitucionalidade e nos processos de
competência do Supremo Tribunal Federal.
O
procurador-geral da República pode promover ação direta de
inconstitucionalidade e ações penais para denunciar autoridades como
deputados federais, senadores, ministros de Estado e o presidente e o
vice-presidente da República.
Também
pode, perante o Superior Tribunal de Justiça, propor ação penal,
representar pela intervenção nos Estados e no Distrito Federal e
representar pela federalização de casos de crimes contra os direitos
humanos.
Um comentário:
Bom dia David e leitores. Fico impressionado com o grau de conivência e cinismo desse pessoal. A direita é limpa,íntegra e muito "temente à Deus"(talvez por pecar contra o povo e justificar atos de uma minoria covarde). Povo,aquele esquecido por gerações,só servindo para estatísticas, manipular diariamente através dos jornalões da Casa Grande,ruminar porcaria televisiva e ser convencido que muitos erros acontecem no nosso país porque nada pode ser feito,cabendo somente a Deus uma justiça que venha destronar ess horda colonial.
Então, como sabemos que o tempo é o diálogo de Deus, chegou a hora de expor as vísceras ainda vivas do Brasil Colônia e fazer o povo ver que precisam chegar no século XXI, vendo que tem poder de se informar melhor,reunir conteúdo construtivo , fazer valer o seu esforço e aproveitar melhor as oportunidades.
A internet está aí,fazendo o seu papel,mostrando o quanto se manipula na mídia. Castram a informação e vulgarizam a sociedade com a má informação e cultura de qualidade descartável.
O que podemos ver no caso desse senhor, é o uso o cargo a favor de um grupo que anseia pelo pleno domínio, manipulando processos, deixando o que é do interesse dos seus passar e o resto,engaveta-se. Com tal processo,o consumo midíaco induz ao povo que a razão está longe do Palácio do Planalto,pois o partido está presente em tudo sob investigação.
Dessa maneira,buscam reflexos imediatos nas urnas,fazendo os alardados "homens íntegros, tementes à Deus e portadores do real civismo" voltarem de onde jamais teriam se ausentado,prosseguindo a obra de formar um país submisso,pobre por conveniência e sem propriedade de suas riquezas materiais e intelectuais.Uma colônia neo-liberal enfim!
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