As minhas palavras
hoje dedicadas ao Dia Internacional da Mulher vão ser direcionadas à questão da
violência contra as mulheres, apesar de lei tão importante como a da Maria da
Penha estar em pleno vigor em nosso País, a violência contra a mulher não é
apenas uma questão de agressão física e psicológica por parte do agressor. É
mais do que isto. A violência contra a mulher é um pandemia de ordem mundial e
por isso deve ser combatida e sanada. É uma doença social de graves
consequências e proporções para as diferentes sociedades, que causa dano moral,
psicológico, físico, material, financeiro e econômico não somente aos lares,
mas também ao País.
Uma das piores,
talvez a pior dor que humanidade pode infligir a seus integrantes é a violência
física e moral contra a mulher. De tal modo, que sabemos que a violência, como
método e forma de submeter o outro, torna-se mais do que uma doença social
crônica e transforma-se em uma enfermidade social, porque ela se alastra em
todos os lugares e não apenas no âmbito municipal, estadual ou nas fronteiras
de algum país. A violência contra a mulher, antes de qualquer coisa, destrói,
irremediavelmente, os lares e as famílias, que são o núcleo de qualquer sociedade.
Toda
violência tem de ser combatida pelo estado e pela sociedade civil organizada,
porque ela não acontece apenas em um grupo social — o das mulheres —, porque
sabemos quando uma mulher é agredida, violada em seus direitos civis, toda a
sociedade sofre, porque as mulheres são mães, irmãs, avós, amigas e namoradas
dos homens de suas vidas e, conseqüentemente, aqueles homens que não violam
seus direitos são também vítimas de tais crueldades.
Quero
dizer que quando uma mulher é vítima de violência toda sociedade se torna refém
da miséria humana, porque a mulher mesmo em um tempo de mudanças na construção
das famílias é ainda o ente de aglutinação familiar e, portanto, de indubitável
importância para a formação familiar e, por conseguinte, responsável pela
organização da sociedade, no que tange até a questão da edificação de um estado
justo e democrático de direito.
Órgão
da importância do Departamento da Mulher, da Secretaria Adjunta de Integração
Social e da Secretaria de Trabalho e Assistência Social, tem de oferecer sempre
o melhor atendimento possível no que é relativo à proteção da mulher agredida,
porque buscamos, de fato, que o processo de libertação de seres humanos que
estão à mercê da brutal violência física, psicológica e moral consigam vislumbrar
uma saída para se afastar, definitivamente, daquele que, em vez de ser seu
parceiro para enfrentar os desafios da vida, transforma-se em seu algoz, tão
violento e cruel que, de maneira sórdida e desumana, destrói um relacionamento
por intermédio até do assassinato.
A
violência contra a mulher tem de ser acompanhada de perto pelo poder público. É
dramática a situação das mulheres que vivem em perigo. O Departamento da
Mulher, a Delegacia da Mulher, o Ministério Público e as ONGs, dentre outros, precisam
sempre fortalecer as políticas públicas em prol da mulher vítima de
violência. Realizadas, não devemos
esquecer que necessitamos tanto de apoio logístico quanto de recursos para que
possamos ter os projetos de proteção às mulheres concretizados. O empenho tem
de ser grande e constante, porque tenho a consciência de que a violência é a
pior das doenças. E quando a vítima é a mulher, a violência também contamina o
lar, a família, os filhos, a sociedade e o poder público.
Haveremos
de, cada vez mais, realizarmos campanhas de conscientização para que a
sociedade tenha uma maior compreensão sobre a violência contra a mulher. Também
se deve disseminar informações que cheguem às mulheres vítimas da violência, no
sentido de elas saberem que o gênero feminino tem direitos, e o direito de não
apanhar e de não morrer é o mais importante dos direitos civis. As mulheres tem
de ter todo o apoio e saberão que existe a mão e o olhar atentos do estado,
que, além de combater e coibir o agressor, não permitirá que a mulher, que é
mãe, seja desrespeitada em seus direitos civis fundamentais, que é o de viver
em paz e em segurança. É isso aí.
2 comentários:
Davis,
Texto irretocável sobre um tema apaixonante que fala sobre o papel da mulher em toda a sua dimensão...muito importante chamar a atenção nesta data para questões tão pertinentes e de extrema importância para todos nós...melhor ainda é ser escrito por um homem, que sabe o que é ser mãe, irmã, mulher, sobrinha,pela relação próxima e observadora que mantém com os seus.( Ou as suas...)
Bjs
Débora Sena
Para variar, irretocável e oportuno seu texto. Nada a acrescentar. No entanto, faço minhas as palavras da primeira mulher presidenta do Brasil e, segundo a revista Time, a terceira mais poderosa do mundo:
"Eu tenho convicção de que o século 21 é o século das mulheres. Não para as mulheres serem, de certa forma, contra os homens, mas para as mulheres terem uma participação na vida social, política, econômica e cultural do país ao lado dos homens, tendo o respeito dos homens. Um país que respeita suas mulheres constrói uma nação desenvolvida. Por isso, é muito importante, é uma tarefa de homens e mulheres a luta contra a discriminação da mulher", concluiu Dilma Roussef.
Abraço
Marcos Lúcio
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